Sempre achei que andar de moto fosse uma tarefa muito menos complicada do que carro. Até porque sempre andei de bicicleta (não que tenha muito a ver, mas...)
A paixão por carro sempre foi maior, mas motos sempre figuraram por aqui.Quem nunca teve a miniatura da Ninja? Quem nunca quis a mesma? Quem nunca viu aquelas super bikes no MotoGP e não queria pilotar uma daquelas? Ou via aqueles tiozões na CB450, na Sahara se divertindo?
O tempo passa e a gente tira carta. Algumas coisas ocorrem (não entrarei em méritos agora) e acaba caindo de paraquedas uma moto na sua garagem.
Essa foi o começo e fim da Kawasaki Vulcan 750 (ou apenas VN750) por aqui.
Foto de antes de nos conhecer |
Sempre fui mais ligado a motos Customs. Sei lá, coisa que acontece. Talvez pelo meu estilo de vida e música que escuto tendem ao Harley Davidson way of life. Motos grandes e brutas, parece que saiu do paleolítico. Mas, eu adoro motos em geral. O estilo custom é apenas uma referência que eu sempre vou ter em minha vida. Se aparecer uma Sport Bike e eu tiver condições de abraçá-la, claro que irei fazer.
Se eu pudesse colocar em uma ordem de gosto, seria mais ou menos assim:
Custom
Naked
Trial
Sport.
Amor a primeira vista? Sim. |
A Vulcan é uma moto que foi vendida nos EUA entre 1985 (como Vulcan 700) e de 1986 até 2006 (como Vulcan 750), sendo seu projeto o mesmo. Aqui no Brasil, chegou entre 1994 até 1998, importada. Acredito que o ápice dela por aqui foi em 1995.
Com motor V-Twin de 749cc DOHC, 66cv, refrigeração líquida, com eixo cardã, 220Kg. A moto é um foguete. Top speed de 180Km/h. E retomadas vigorosas.
Grande problemas é que, em termos gerais, ou termos de mecânicos preguiçosos, a moto era (é) muito difícil de arrumar. O problema também ficou com peças de reposição, que só tem um lugar que vendia as peças: Ou na MotoRacer (preços altíssimos), ou Ebay (demora graças ao nosso Correio/Receita, fora a burocracia imposta pelos mesmos e frete proibitivo). Fica a seu critério.
Seus últimos momentos, 1 ano depois, com MUITA modificação. |
Pior é que, depois de conseguir a peça, precisava de um mecânico que encarasse. Se você não pagasse uma bela mão de obra, amigo...
Acredito que graças a essa combinação de fatos, infelizmente acabou tornando um "mico" no mercado. Conheci pessoas que tem, que conseguiram acertar a moto, fizeram manutenções direitinho, não vacilaram com ela e não trocam por outra moto.
De Custom para Naked: A vez que ela ficou desnuda |
Eu encarei a moto e gostei.
Nunca tive um problema mecânico com ela. Apenas manutenções básicas que o ex-dono (sempre) não fez, como por exemplo, a troca do filtro de ar, que o mesmo não existia. Velas são a mesma da Titan 125 (NGK DP7EA-9). Filtro de óleo Fram é o mesmo da Hornet/CB500 (PH6017A). Óleo Yamalube 20w50.
O grande porém ficou na elétrica. Depois de algumas andadas vimos que a bateria não estava carregando direito, mesmo depois de sua troca (Yuasa YB14L-A2). Então, obviamente ficamos parados na estrada quando estávamos indo fazer o chicote dela.
Após refazer todas as emendas com solda tudo direitinho, a moto renasceu. As luzes do painel tinham força, não teve mais nenhum problema da moto apagar, podia ficar um mês sem ligar que a moto ligava de novo tranquilo.
Acredite: Sujeira e fita isolante descascada era apenas o começo do problema |
Só uma parte da meleca que saiu do chicote... |
Depois de tudo no lugar, hora do teste... |
O que posso destacar dela: Painel em MPH (tomem cuidado), MUITO confortável (principalmente pro garupa), muito torque, a moto desenvolve muito bem, conforto do cardã, que você não precisa ficar lubrificando, a moto tinha também cavalete, e dava um trabalho para colocar ela no mesmo...
Como a moto ficava mais tempo parada que em estrada, para não ter, ou, para não dar sorte ao azar, decidimos trocá-la por uma outra moto mais nova.
Traseirinha |
Eu me diverti bastante, não andei tanto quanto gostaria, mas ela vai ficar em um lugar especial na minha memória. Quem sabe um dia encontro uma melhor do que essa que tive.
Dicas para compra:
Além do óbvio (como vazamento de óleo, fumaça no escape, pneus, rasgos, amassados, etc), observe bem o painel, veja se a luz tem força. Se possível, leve um multímetro e veja quanto entra na bateria, para ver se não tem problema com o Retificador ou estator. Com a moto ainda ligada, escute bem o motor, ouça ele para ver se não se escuta um "TEC TEC TEC". Vá aumentando a rotação gradativamente, veja se ouve o TEC TEC. Se ouvir, pode denunciar um problema de Tensionador da Corrente de Comando (veja esse vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=W5Y7zkG7aNo o barulho parava depois de aumentar a rotação.) ou coisa pior. Não compre se não tiver o escapamento original. Você pode importar, mas é trabalhoso. Principalmente se o escapamento original não ter miolo (prática comum). Veja qualquer tipo de ralado, se o dono caiu, etc. Pense que as partes de acabamento dela são difíceis de achar. Veja também a parte do radiador, procure por vazamentos. Se der, cheque o funcionamento da torneira de combustível. Veja se a bengala não está vazando. Peça para dar uma volta, teste todos os comandos do punho, buzina, setas, verifique por curtos, e veja o encaixe das marchas.
Extras:
Cheers!
Olá, tenho uma moto dessas ano 95, ela ficou muito tempo parada!
ResponderExcluirPreciso de alguem pra ressucitar ela. moro na região de curitiba.
Abraços
Olá Willians, tudo bem? É uma bela moto, vale a pena trazer ela de volta a vida. Porém em Ctba não conheço ninguém que faça o serviço... Boa sorte! Se precisar de dicas fique a vontade.
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